FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são usadas para exprimir de formas e objetivos diferentes os pensamentos da pessoa que escreve, a fim de comover, surpreender, fazer o leitor rir ou refletir sobre algo.
Veremos, separadamente, cada uma das figuras de linguagem mais usadas em textos literários, jornalísticos e publicitários.
a) Antítese: uso aproximado de termos opostos.
Exemplo: Mesmo que você não acredite, o céu é um lugar melhor do que o inferno!
b) Elipse: omissão de uma palavra que, apesar de não exposta, pode ser identificada por quem lê.
Exemplo: Ele estava de casaco de frio; ela, de casaco de pele! (omissão do verbo “estava” em “Ela estava de casaco de pele”.
c) Eufemismo: usada para atenuar algo grave de ser dito.
Exemplo: Ele passou dessa para uma melhor! (para não dizer morreu ou faleceu)
d) Hipérbole: expressão de exagero usada para dar ênfase em alguma informação.
Exemplo: Fui à sua casa milhões de vezes, mas você nunca está lá!
e) Ironia: expressão usada para dar ideia contrária ao que se pensa.
Exemplo: Sim, você é realmente muito valente, enfrentou vários soldados com sua espada de bambu e seu escudo de madeira usada em fabricação de borracha.
f) Metáfora: relação entre duas palavras, na qual uma substitui a outra e forma significações semelhantes.
Exemplo: Você é como um sol radiante em minha vida!
g) Personificação ou prosopopeia: acontece quando animais ou seres inanimados recebem atribuições humanas.
Exemplo: A xícara falou para o bule: o que aconteceu, por que este bico deste tamanho?
h) Pleonasmo: são palavras desnecessárias (redundantes) usadas para reforçar uma ideia.
Exemplo: Ele desceu lá embaixo para ver se você estava!
Veremos, separadamente, cada uma das figuras de linguagem mais usadas em textos literários, jornalísticos e publicitários.
a) Antítese: uso aproximado de termos opostos.
Exemplo: Mesmo que você não acredite, o céu é um lugar melhor do que o inferno!
b) Elipse: omissão de uma palavra que, apesar de não exposta, pode ser identificada por quem lê.
Exemplo: Ele estava de casaco de frio; ela, de casaco de pele! (omissão do verbo “estava” em “Ela estava de casaco de pele”.
c) Eufemismo: usada para atenuar algo grave de ser dito.
Exemplo: Ele passou dessa para uma melhor! (para não dizer morreu ou faleceu)
d) Hipérbole: expressão de exagero usada para dar ênfase em alguma informação.
Exemplo: Fui à sua casa milhões de vezes, mas você nunca está lá!
e) Ironia: expressão usada para dar ideia contrária ao que se pensa.
Exemplo: Sim, você é realmente muito valente, enfrentou vários soldados com sua espada de bambu e seu escudo de madeira usada em fabricação de borracha.
f) Metáfora: relação entre duas palavras, na qual uma substitui a outra e forma significações semelhantes.
Exemplo: Você é como um sol radiante em minha vida!
g) Personificação ou prosopopeia: acontece quando animais ou seres inanimados recebem atribuições humanas.
Exemplo: A xícara falou para o bule: o que aconteceu, por que este bico deste tamanho?
h) Pleonasmo: são palavras desnecessárias (redundantes) usadas para reforçar uma ideia.
Exemplo: Ele desceu lá embaixo para ver se você estava!
A realização de exercícios serve não só para verificar conhecimentos, mas é também uma eficiente forma de aprendizagem. Responda a esses exercícios sobre figuras de linguagem e no fim confira as respostas corretas no gabarito.
Caso necessite de ajuda na realização dos exercícios, leia o nosso artigo sobre figuras de linguagem, com explicações e exemplos.
EXERCÍCIO 01
1. Qual a figura de linguagem presente na frase “As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo lentamente.”, de Mário Quintana?
a) comparação
b) metáfora
c) metonímia
d) eufemismo
b) metáfora
c) metonímia
d) eufemismo
2. Qual figura de linguagem está presente nas seguintes frases:
Toda minha vida morei no país do futebol.
Nunca visitei a cidade maravilhosa.
Toda minha vida morei no país do futebol.
Nunca visitei a cidade maravilhosa.
a) anáfora
b) paranomásia
c) perífrase
d) catacrese
b) paranomásia
c) perífrase
d) catacrese
3. Indique a expressão em que não ocorre pleonasmo.
a) entrar para dentro
b) adiar para depois
c) liberdade escrava
d) fatos reais
e) encarar de frente
f) certeza absoluta
b) adiar para depois
c) liberdade escrava
d) fatos reais
e) encarar de frente
f) certeza absoluta
4. Qual a figura de linguagem usada na expressão identificada no exercício anterior?
a) paradoxo
b) eufemismo
c) hipérbole
d) prosopopeia
b) eufemismo
c) hipérbole
d) prosopopeia
5. Identifique em que alínea ocorre silepse de gênero, de número e de pessoa.
a) O casal comprou a passagem e viajaram sem destino.
b) Angra dos Reis é linda!
c) Todos decidimos que era hora de mudar.
b) Angra dos Reis é linda!
c) Todos decidimos que era hora de mudar.
6. Classifique as figuras de linguagem usadas nas seguintes frases em hipérbole e eufemismo.
a) Eu morri de rir com aquela história.
b) Minha filha mais nova já é mocinha.
c) Você está ficando muito cheinha.
d) Ele veio voando para casa.
e) Já disse isso um milhão de vezes.
f) Ele sempre foi meio desprovido de inteligência.
b) Minha filha mais nova já é mocinha.
c) Você está ficando muito cheinha.
d) Ele veio voando para casa.
e) Já disse isso um milhão de vezes.
f) Ele sempre foi meio desprovido de inteligência.
7. Assinale as alíneas que se referem a figuras de construção.
a) aliteração
b) anástrofe
c) elipse
d) ironia
e) eufemismo
f) silepse
g) polissíndeto
h) sinestesia
b) anástrofe
c) elipse
d) ironia
e) eufemismo
f) silepse
g) polissíndeto
h) sinestesia
8. Qual é a figura de linguagem que está presente a frase “O silêncio desaprovador dos meus colegas.”, de Camilo Castelo Branco?
a) metáfora
b) hipálage
c) pleonasmo
d) hipérbato
b) hipálage
c) pleonasmo
d) hipérbato
9. Identifique em qual frase há uma anástrofe e em que frase há uma sínquise.
a) Cobertor azul macio bebê dormia no.
b) Aos filhos, a mãe deu chocolates.
b) Aos filhos, a mãe deu chocolates.
10. Qual das seguintes figuras de linguagem não pertence ao grupo das figuras de palavra?
a) metáfora
b) comparação
c) metonímia
d) sinestesia
e) assonância
f) perífrase
g) catacrese
b) comparação
c) metonímia
d) sinestesia
e) assonância
f) perífrase
g) catacrese
11. Assinale com v (verdadeiro) ou f (falso) as figuras de linguagem identificadas nas frases seguintes.
a) Meus netos respeitam meus cabelos brancos. Metonímia
b) Quem foi o inteligente que cometeu esses erros todos? Ironia
c) Eu vi o sol. Eu vi a lua. Eu vi você. Silepse
d) Fiquei sentada, ouvindo a doce música. Sinestesia
e) Meu filho é teimoso como uma mula. Metáfora
b) Quem foi o inteligente que cometeu esses erros todos? Ironia
c) Eu vi o sol. Eu vi a lua. Eu vi você. Silepse
d) Fiquei sentada, ouvindo a doce música. Sinestesia
e) Meu filho é teimoso como uma mula. Metáfora
12. Assinale as alternativas em que ocorre catacrese.
a) a cabeça do alfinete
b) o dente de alho
c) conclusão final
d) a batata da perna
e) elo de ligação
f) o céu da boca
g) a pele do tomate
h) futuro da humanidade
b) o dente de alho
c) conclusão final
d) a batata da perna
e) elo de ligação
f) o céu da boca
g) a pele do tomate
h) futuro da humanidade
13. Identifique a figura de linguagem usada nas alternativas abaixo:
Ouvimos um enorme bum!
Já não aquento mais esse tique-taque!
Quando eu menos esperava, plim, ele apareceu.
Ouvimos um enorme bum!
Já não aquento mais esse tique-taque!
Quando eu menos esperava, plim, ele apareceu.
a) onomatopeia
b) aliteração
c) assonância
b) aliteração
c) assonância
14. Caracterize o tipo de elipse presente nas frases.
a) No final da prova, nenhum aluno satisfeito.
b) Neste Natal, não vou sair da linha.
b) Neste Natal, não vou sair da linha.
Gabarito:
1. b)
2. c)
3. c)
4. a)
5.
a) silepse de número
b) silepse de gênero
c) silepse de número
a) silepse de número
b) silepse de gênero
c) silepse de número
6.
a) hipérbole
b) eufemismo
c) eufemismo
d) hipérbole
e) hipérbole
f) eufemismo
a) hipérbole
b) eufemismo
c) eufemismo
d) hipérbole
e) hipérbole
f) eufemismo
7. b) c) f) g)
8. b)
9.
a) sínquise
b) anástrofe
a) sínquise
b) anástrofe
10. e)
11.
a) V
b) V
c) F
d) V
e) F
a) V
b) V
c) F
d) V
e) F
12. a) b) d) f) g)
13. a)
14.
a) elipse do verbo
b) elipse do sujeito
EXERCÍCIO 02
01. (VUNESP) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
02. (PUC – SP) Nos trechos: “O pavão é um arco-íris de plumas” e “…de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira…” enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a) metáfora e polissíndeto;
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.
03. (PUC – SP) Nos trechos: “…nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major” e “…o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja” encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a) prosopopéia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.
04. (VUNESP) Na frase: “O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô”, encontramos a
figura de linguagem chamada:
figura de linguagem chamada:
a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
05. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?
a) “Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” (eufemismo)
b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua…” (aliteração)
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia)
b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua…” (aliteração)
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia)
06. (UM – SP) Indique a alternativa em que haja uma concordância realizada por silepse:
a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita força para sobreviver.
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer tratamento.
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer tratamento.
07. (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos abaixo:
I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos.”
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
08. (FEBA – SP) Assinale a alternativa em que ocorre aliteração:
a) “Água de fonte ………. água de oceano …………. água de pranto. (Manuel Bandeira)
b) “A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c) “Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d) “Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e) N.d.a.
b) “A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c) “Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d) “Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e) N.d.a.
09. (CESGRANRIO) Na frase “O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se” ocorre processo de gradação. Não há gradação em:
a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
10. (FATEC) “Seus óculos eram imperiosos.” Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem que há na frase acima:
a) “As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes.”
b) “Nasci na sala do 3° ano.”
c) “O bonde passa cheio de pernas.”
d) “O meu amor, paralisado, pula.”
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
b) “Nasci na sala do 3° ano.”
c) “O bonde passa cheio de pernas.”
d) “O meu amor, paralisado, pula.”
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
GABARITO
01. E | 02. A | 03. E | 04. E |
05. C | 06. C | 07. B | 08. B |
09. E | 10.C |
EXERCÍCIO 03
1 – (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopéia.
a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)
2 – (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.
3 – (UFF) TEXTO
Não há morte. O encontro de duasexpansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão deduas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é acondição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge oprincípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico daguerra.
Supõe tu um campo de batatas e duastribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma dastribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outravertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribosdividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-sesuficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é adestruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outrae recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações,recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se aguerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelomotivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ouvantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza umaação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; aovencedor, as batatas.
(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.)
Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo:
a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.
b) A paz, nesse caso, é a destruição(…)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas.
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte(…)
e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se(…)
4 – (UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./
E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/
para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./
Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/
ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/
com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/
e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/
que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ o de perto com o distante,/
o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./
(…)
João Cabral de Melo Neto
Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo:
1 COLUNA 2 COLUNA
(1) Romance de barbante ( ) Pleonasmo
(2) Roda morta; folheto guenzo ( ) Metáfora
(3) Como puro alto-falante ( ) Comparação
(4) Perto/distante ( ) Metonímia
Ali/espaço mágico
Franzino/gigante
(5) Cochichavam-me em segredo ( ) Antítese
A ordem correta é:
a) 1, 2, 3, 4, 5
b) 5, 2, 3, 1, 4
c) 3, 1, 4, 5, 2
d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 2, 4, 5, 3, 1
5 – (ANHEMBI)
“A novidade veio dar à praia
na qualidade rara de sereia
metade um busto de uma deusa maia
metade um grande rabo de baleia
a novidade era o máximo
do paradoxo estendido na areia
alguns a desejar seus beijos de deusa
outros a desejar seu rabo pra ceia
oh, mundo tão desigual
tudo tão desigual
de um lado este carnaval
do outro a fome total
e a novidade que seria um sonho
milagre risonho da sereia
virava um pesadelo tão medonho
ali naquela praia, ali na areia
a novidade era a guerra
entre o feliz poeta e o esfomeado
estraçalhando uma sereia bonita
despedaçando o sonho pra cada lado”
(Gilberto Gil – A Novidade)
Gilberto Gil em seu poema usa umprocedimento de construção textual que consiste em agrupar idéias desentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade designificação. A figura de linguagem acima caracterizada é:
a) Metonímia.
b) Paradoxo.
c) Hipérbole.
d) Sinestesia.
e) Sinédoque.
6 – (ANHEMBI)
“A novidade veio dar à praia
na qualidade rara de sereia
metade um busto de uma deusa maia
metade um grande rabo de baleia
a novidade era o máximo
do paradoxo estendido na areia
alguns a desejar seus beijos de deusa
outros a desejar seu rabo pra ceia
oh, mundo tão desigual
tudo tão desigual
de um lado este carnaval
do outro a fome total
e a novidade que seria um sonho
milagre risonho da sereia
virava um pesadelo tão medonho
ali naquela praia, ali na areia
a novidade era a guerra
entre o feliz poeta e o esfomeado
estraçalhando uma sereia bonita
despedaçando o sonho pra cada lado”
(Gilberto Gil – A Novidade)
Assinale a alternativa que ilustre a Figura de Linguagem descrita na questão anterior:
a) “A novidade veio dar à praia/na qualidade rara de sereia”
b) “A novidade que seria um sonho/o milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho”
c) “A novidade era a guerra/entre o feliz poeta e o esfomeado”
d) “Metade o busto de uma deusa maia/metade um grande rabo de baleia”
e) “A novidade era o máximo/do paradoxo estendido na areia”
7 – (ANHEMBI) Tenho fases
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
outro desapareceu…
(Lua Adversa – Cecília Meireles)
Indique a alternativa que não contenha a mesma figura de linguagem presente nesse verso do poema:
a) “O meu olhar é nítido como um girassol” (Alberto Caeiro)
b) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja” (Oswald de Andrade)
c) A casa dela é escura como a noite.
d) Ele é lerdo como uma lesma.
e) A tristeza é um barco imenso, perdido no oceano.
8 – (UFPB) Um dia,o Simão me chamou: – “Vem ver. Olha ali”. Era uma mulher, atarracada,descalçada, que subia o caminho do morro. (Diante do Sanatorinho haviaum morro. Os doentes em bom estado podiam ir até lá em cima, pela manhãe à tarde.) Lembro-me de que, de repente, a mulher parou e acenou parao Sanatorinho. Não sei quantas janelas retribuíram. E o curioso é que,desde o primeiro momento, Simão saltou: – “É minha! Vi primeiro!”.
Uns oitenta doentes tinham visto, aomesmo tempo. Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, semódio, quase com ternura, “matei um”. E o crime pretérito intimidava osdemais. Constava que trouxera, na mala, com a escova de dentes, aschinelas, um revólver. Naquela mesma tarde, foi para a cerca, esperar avolta da fulana. E conversaram na porteira. Simão voltou, desatinado.Conversara a fulana. Queria um encontro, na manhã seguinte, no alto domorro.
A outra não prometera nada. Ia ver, iaver. Simão estava possesso: – “Dez anos!”, e repetia, quase chorando: –“Dez anos não são dez dias!”. Campos do Jordão estava cheio de casosparecidos. Nada mais cruel do que a cronicidade de certas formas detuberculose. Eu conheci vários que haviam completado, lá na montanha,um quarto de século. E o próprio Simão falava dos dez anos como sefosse esta a idade do seu desejo.
Na manhã seguinte, foi o primeiro aacordar. (…) Havia uma tosse da madrugada e uma tosse da manhã. Eu melembro daquele dia. Nunca se tossiu tanto. Sujeitos se torciam eretorciam asfixiados. E, súbito, a tosse parou. Todo o Sanatorinhosabia que, no alto do morro, o Simão ia ver a tal mulher do risodesdentado. E justamente ela estava subindo a ladeira. Como na véspera,deu adeus; e todas as janelas e varandas retribuíram. Uma hora depois,volta o Simão. Foi cercado, envolvido: – “Que tal?”. Tinha uma luzforte no olhar: – “Tem amanhã outra vez”. Durante todo o dia, ele quasenão saiu da cama: – sonhava. Às seis, seis e pouco, um médico entra naenfermaria. Falou pra todos: – “Vocês não se metam com essa mulher queanda por aí, uma baixa. Passou, hoje de manhã, subiu a ladeira. Éleprosa”. Ninguém disse nada. O próprio Simão ficou, no seu canto, unsdez minutos, quieto. Depois, levantou-se. No meio da enfermaria, comose desafiasse os outros, disse duas vezes: – “Eu não me arrependo, eunão me arrependo”.
(RODRIGUES, Nelson. A menina sem estrela. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 132-3.)
A partir da convenção seguinte:
I.Animização
II.Metáfora
III.Metonímia
IV.Silepse
Preencha os parênteses com a adequada classificação das figuras de linguagem:
( )”… e todas as janelas e varandas retribuíram.”
( )”Campos do Jordão estava cheio de casos parecidos.”
( )”… Simão ia ver a tal mulher do riso desdentado.”
A seqüência correta encontra-se em
a) I, III, II.
b) I, IV, II.
c) II, III, II.
d) III, IV, II.
e) III, IV, III.
9 – (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada NÃO tem sentido conotativo em:
a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.
b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado.
c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros.
d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o caixa das principais emissoras.
e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média.
10 – (UFPA) Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
Nos versos
“E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de
a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia
Gabarito:
1-e 2-c 3-a 4-b 5-b 6-b 7-e 8-e 9-b 10-c
Nome: Sharon Thainá
ResponderExcluirAs figuras de linguagem pra mim são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não- denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
1- Ele não está mais entre nós.
R: Eufemismo
2- Aquela menina é uma flor.
R: Metáfora
3-Ele virou uma estrelinha.
R: Eufemismo
4- Ela é cheirosa como uma rosa.
R: Hipérbole
5- O amor e o ódio são sentimentos bem próximos.
R: Antítese
6- Sou teu tudo, sou teu nada.
R: Antítese
7- (Eu) Fiz minhas tarefas ontem.
R: Elipse
8- Fale mais alto, lá da esquina ainda não dá para ouvir.
R: Ironia
9- O menino é desprovido de beleza.
R: Hipérbole
10- A minha vizinha estava um pouco acima do peso.
R: Eufemismo
Perfeito garota!
ExcluirÓtimos exemplos.
Aluna: Cristieli
ResponderExcluirFiguras de Linguagem-
As figuras de linguagem são recursos de nosso idioma para tornar as mensagens que emitimos mais expressivas e significativas. Tais recursos podem ampliar o significado de uma oração, assim como suprir lacunas de uma frase com novos significados.
Metáfora:
A metáfora ocorre quando é utilizada uma substituição de termos que possuem significados diferentes, atribuindo a eles o mesmo sentido. Exemplo:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
Na frase acima o autor dá o sentido de “pensamento” ao termo “rio subterrâneo”, que nada têm em comum, mas passam a ter na oração.
Antítese:
Quando, em uma mesma oração, usamos termos que possuem sentidos contrários, configura-se a antítese. Exemplo:
“O Renato estava dormindo acordado na aula”
Perceba que “dormindo” e “acordado” entram em contraste de significado na frase.
Eufemismo:
Troca de um termo por outro mais “leve”, que acaba passando uma conotação mais agradável a um sentido. Um bom exemplo de eufemismo é quando trocamos o termo “morreu” por “foi para o céu“.
Hipérbole:
Ao contrário de eufemismo, a hipérbole é uma figura de linguagem que dá um exagero intencional ao contexto. Por exemplo, em vez de dizermos “eu estou com muita sede“, as vezes dizemos “estou morrendo de sede“. Na verdade, não estamos morrendo literalmente, mas ocorre um exagero para ilustrar a grandeza da sede.
Ironia:
Ironia é a utilização proposital de termos que manifestam o sentido oposto do seu significado. Por exemplo, uma pessoa que foi demitida após péssimo dia de trabalho, dizer: “- Era o que faltava para encerrar o meu dia maravilhosamente bem”.
Elipse:
Consiste na omissão de um termo facilmente identificado pelo contexto. Exemplo:
Na sala, apenas quatro ou cinco convidados
Muito bem garota!
ResponderExcluirBem detalhado seu comentário.